Eu
amo agora
eu
amo a linguagem eu amo
a
boca materna
mas
o que eu mais amo
é o
caos a nudez
o
corpo original o
animal
que devora
o
outro animal
que
se deixa comer
pelo
seu desigual
Amo
a língua
porque
só ela
a
língua de carne
a
carne incendiada
pode
inventar
o
canto e a voz
da
fonte muda
(in Amo Agora; ed. 4águas, 2009)