Do amor, da
sua página em branco,
sempre vivi,
umas vezes da luz
que dele
emana, e tanto me cegou,
outras vezes
das penas escuras
que depois
amanhecem,
e até
cantei.
Caindo e
cantando vou morrendo,
em arco me
vou dobrando tão devagar
quanto
posso: há um lume que me consome
e só em ti
me perco e só ela,
a página
branca do amor,
me salva.
(in Amar a
Vida Inteira; ed. Roma Editora, 2011)