(Pessoa escreveu: «Ai que prazer / não cumprir um dever. / Ter um livro para ler / e não o fazer! / Ler é maçada, / estudar é nada. / O sol doira sem literatura. / O rio corre bem ou mal, / sem edição original. / (...) Livros são papéis pintados com tinta.»
Mas nada de interpretações literais (uma das coisas que os livros nos dão, se os soubermos escutar, é a capacidade de apurar o espírito crítico): Pessoa era um grande leitor, para além de criador literário - como poderia não amar os livros? Mas é no contrassenso que reside a piada: o poema fala de liberdade de não cumprir um dever; e, de facto, ler, quando é por imposição, pode ser maçada...
Mas também pode ser - para quem se aventure a tal, dispendendo algum tempo e rejeitando o ruído das coisas fúteis que o mundo gratuitamente nos dá - uma fonte de imenso prazer.)
Mas nada de interpretações literais (uma das coisas que os livros nos dão, se os soubermos escutar, é a capacidade de apurar o espírito crítico): Pessoa era um grande leitor, para além de criador literário - como poderia não amar os livros? Mas é no contrassenso que reside a piada: o poema fala de liberdade de não cumprir um dever; e, de facto, ler, quando é por imposição, pode ser maçada...
Mas também pode ser - para quem se aventure a tal, dispendendo algum tempo e rejeitando o ruído das coisas fúteis que o mundo gratuitamente nos dá - uma fonte de imenso prazer.)
Ler permite ver mais longe.