Hora a Hora a minha dor agarra-se a teus braços,
Hora a Hora o meu desejo revolve os teus escombros,
E escorrem dos meus olhos mais promessas.
Não acredites nesse breve sono;
Não dês valor maior ao meu silêncio;
e se leres recados numa folha branca,
Não creias também: é preciso encostar
Teus lábios nos meus lábios para ouvir.
Nem acredites se pensas que te falo:
Palavras
São meu jeito mais secreto de calar.
(in Brasil 2000. Antologia de poesia contemporânea brasileira; ed. Alma Azul, 2000)