sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Dois cimbalinos escaldados", de Inês Lourenço

Não sei, meu amigo, o que
irradiava mais calor, se
a chávena escaldada, se
o cimbalino fervente, se
as conversas sobre livros de poesia
que nesse tempo, ainda
acreditávamos ser a maior
razão

Curto, normal, cheio
o cimbalino, esse negro odor
com moldura branca
numa mesa de café, na cidade
onde habitávamos desde sempre.

(in Relâmpago. Revista de Poesia, 28; 2011)