Lá estão os mochos, enfileiram;
Tal como os deuses estrangeiros,
Dardejam o rubro olhar. Meditam.
Sem se mexer lá ficarão
Até à hora melancólica
Em que, empurrando o oblíquo sol,
As trevas se estabelecerão.
Essa atitude ensina ao sábio
Que neste mundo há que temer
Todo o tumulto e movimento;
O ébrio das sombras que passam
Arrastará sempre o castigo
De outro lugar ter pretendido.
(in As Flores do Mal; trad. Fernando Pinto do Amaral, ed. Assírio & Alvim, 1996)
Sem comentários:
Enviar um comentário