dobrados sobre o tempo. Creio que existem
como mutação da realidade, como o movimento
imperceptível de Deus sobre as águas. Existem
expostas à erosão, na curvatura quebrada
da superfície, no sacrário de uma natureza ferida.
Existem como uma porção infinitesimal da alegria
do mundo. Depois morrem sem que ninguém perceba
e a sua sombra perdura à morte, à decomposição lenta
das suas estruturas silenciosas como abismos,
indecifráveis como mistérios antigos, extensíveis
como os braços de Deus em combustão.
(in O fogo e outros utensílios da luz; ed. Quasi, 2005)
2 comentários:
Muito interessante o seu blog. Vou visitá-lo no facebook.
Flor
Muito obrigado pelas suas palavras, Isabel... Espero que goste e passe a seguidora!
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