e os filhos mastigavam a luz como frutos secos.
Morria como os lírios redimidos sobre a mesa
da sala no domingo de páscoa, a substância audível
de um ventre em combustão sobre a humidade
da terra, o risco assimétrico do fogo, a queda como
vocação para cair ou a proximidade dos corpos,
ou a devolução inesperada das mãos. Morria.
Não explicava as árvores, porque o milagre
era uma imersão na densidade inteligível do seu útero.
(in O fogo e outros utensílios da luz; ed. Quasi, 2005)
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