sábado, 27 de novembro de 2010

Poema de Pedro Tamen

Agora, se pode dizer-se agora, ou pôr-do-sol,
ou nascer da manhã, seja o que for: agora
podes ressonhar o que talvez sonhaste
quando o sol se punha realmente, e a manhã
de verdade nascia quando mal o sonhavas.

Mas, nesta operação de refazer sonhado
o que sonhado foi, o que não podes
é fazer real de qualquer jeito, sequer regar
a pequena planta que espera ser de ti.

(in Retábulo das Matérias, 1956-2001)

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