Com perfumes de almíscar e tabaco havano,
Talvez obra de um mago, um Fausto da savana,
Bruxa de ébano ou filha de vis meias-noites,
Prefiro, em vez de todos os vinhos e do ópio,
O elixir dessa boca onde se pavoneia
O amor; quando pra ti partem os meus desejos
Teus olhos são cisterna onde os tédios afogo.
Por esses olhos negros respira a tua alma,
Ó demônio sem dó! a tua chama acalma!
Que eu não posso abraçar-te nove vezes, qual Estige,
Nem consigo, ai de mim! Megera libertina,
Pra ti quebrar a força e acabar contigo
No teu leito infernal tornar-me Prosérpina!
(in As Flores do Mal; trad. Fernando Pinto do Amaral, ed. Assírio & Alvim, 1996)
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