sexta-feira, 24 de abril de 2015

quinta-feira, 23 de abril de 2015

"Semáforos da Constituição", de Jorge de Sousa Braga

Verde amarelo vermelho...
Para quando um semáforo
com as cores todas do arco-íris?

(in Fogo sobre Fogo; ed. Fenda, 1998)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Magnólias", de Jorge de Sousa Braga

Esqueceram-se das folhas
tão grande era a pressa
de florirem

(in Fogo sobre Fogo; ed. Fenda, 1998)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

"Mimosas", de Jorge de Sousa Braga

Todos os anos na mesma altura
a montanha veste o mesmo vestido amarelo
para ver se ainda lhe serve na cintura

(in Fogo sobre Fogo; ed. Fenda, 1998)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dois haikus de Jorge de Sousa Braga

Nem todos os frutos vermelhos
merecem o céu
da tua boca

* * *

Mais do que uma vez
atravessei a primavera
com os olhos fechados

(in Fogo sobre Fogo; ed. Fenda, 1998)

quinta-feira, 16 de abril de 2015

quarta-feira, 15 de abril de 2015

segunda-feira, 13 de abril de 2015

[nada do que te disser], de Dinarte Vasconcelos

nada do que te disser
abalará o matadouro ou a fornalha

o silêncio seria uma hipótese administrativa
mas suspendo-o porque quero viver

o meu epitáfio esteve sempre escrito
nas linhas que suturam a tua ferida

nos bafos que levam
e fazem pousar as cinzas

é bom que o saibamos
antes e depois dos holocaustos

se desprezarmos as palavras
tudo é transmissível – tudo se assemelha

emergem némesis siamesas
e oposições forjam-se do mesmo veio

por isso calo o silêncio
dos rituais e da burocracia higiénica

– cicatriz à tua ilharga
é chaga minha

– o que te faz arder
é o que me fará recordar

(in 70 poemas para Adorno; ed. Nova Delphi, 2015)