quinta-feira, 1 de agosto de 2013

[sou eu que te abro pela boca], de Herberto Helder

sou eu que te abro pela boca,
boca com boca,
metido em ti o sôpro até raiar-te a cara,
até que o meu soluço obscuro te cruze toda,
amo-te como se aprendesse desde não sei que morte,
ainda que doa o mundo,
a alegria

(in A faca não corta o fogo; ed. Assírio & Alvim, 2008)

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