Que a Terra não é um sonho, mas um corpo vivo,
Que não mentem o ouvido, o tacto, a visão
E que todas as coisas que aqui conhecias
São como um jardim visto do portão.
Entrar lá não se pode. Mas ele existe com rigor.
Se melhor olhássemos e com mais sabedoria,
No jardim do mundo uma nova flor
E mais do que uma estrela se avistaria.
Há quem diga que os olhos nos iludem
E que nada existe, apenas apresenta,
Mas justamente esses não têm esperança.
Pensam que ao virar as costas
O mundo desaparecerá de repente
Como que roubado por um delinquente.
(in Alguns gostam de poesia. Antologia; trad. Elżbieta Milewska e Sérgio das Neves; ed. Cavalo de Ferro, 2004)
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