O que dizer deste silêncio? Antes de mais, que não é inédito. Já anteriormente houve afastamentos mais ou menos prolongados da poesia e, consequentemente, deste poemapossivel (que, lembre-se, se alimenta de leituras). Como leitor com múltiplos interesses, nem sempre tenho a disposição necessária para ler poesia. Os dias vão-se somando aos dias, o ruído das rotinas e dos afazeres vai-nos atordoando, e quando damos por nós, já passaram semanas ou meses desde o último verso lido. Como é que isto aconteceu? Estarei surdo para a poesia? E agora, o que fazer?
Estou a escrever estas linhas porque hoje regressei à leitura de poesia e conto partilhar alguns poemas nas próximas semanas. Mas não sei o que o futuro me reserva. Presentemente tenho menos acesso a livros de poesia recentes, o que dificulta bastante um dos objetivos que propus a mim mesmo: acompanhar os novos poetas que vão sendo editados, ou as novas edições e reedições de poetas não novatos. Porém, isso não pode justificar a desistência e a não leitura, porque - penso eu - haverá sempre poemas para ler em algum lado, ou versos para revisitar.
Dito isto, não sei se está para durar o poemapossivel, espaço que conta com sete anos de existência. De quando em quando, não consigo fugir ao sentimento da inutilidade de manter este blogue (e a página no Facebook que lhe está associada), mesmo estando ciente que essa inutilidade (a real inutilidade do gesto de lançar versos ao "vento" da blogosfera, e a eventual - e espectável - inutilidade da poesia) serviu de mote para a sua criação. Se é inegável que tal sentimento por vezes desmotiva - e obsta a que não publique os poemas que vou lendo -, vou lutando com maior ou menor gosto.
No que respeito à minha condição de leitor de poesia, tenho que procurar o meu caminho. Em todo o caso, mantendo ou não este blogue, não quero ficar surdo.
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