domingo, 10 de março de 2013

"Poeta marca território", de João Luís Barreto Guimarães

Porque anoiteço cansado (caneta-
-do-não em riste) risco
o linho da cama e tu ficas agastada.
Não consigo dominá-la:
a caneta queda à espreita de ser
liberta pelo sono
(muito mais flecha
que pena). Newton perdoar-me-ia:
estes traços tresmalhados (na
tessitura do leito) não passam de ortografia
que madurou
do poema.

(in você está aqui; ed. Quetzal, 2012)