sobre a mesa. Há muito que foi ali deixado para ficar
mais perto de nós. Sabes que nele pode existir
o vento, a cor indecisa das nuvens, o voo
das aves, aquilo por que esperas. À sua volta
vês a luz que tinhas acendido: há-de ser límpido
o sentido que chega em cada um das páginas
que leste. Sem que o possas saber, talvez haja
alguém cuja proximidade se torna mais tranquila
ao iniciar o seu caminho para que as palavras
se unam umas às outras e seja maior
o sentido que têm. Isto faz com que as compreendas
melhor. Depois ergues os olhos e um novo livro
principia.
(in Relâmpago. Revista de Poesia, 29-30; 2012)