É ferida, que dói, e não tem cura;
É febre, que no peito faz secura;
É mal, que as forças tira de repente.
É fogo, que consome ocultamente;
É dor, que mortifica a Criatura;
É ânsia a mais cruel, e a mais impura;
É frágua, que devora o fogo ardente.
É um triste penar entre lamentos;
É um não acabar sempre penando;
É um andar metido em mil tormento.
É suspiros lançar de quando, em quando;
É quem me causa eternos sentimentos;
É quem me mata, e vida me está dando.
(in 366 Poemas que Falam de Amor; org. de Vasco Graça Moura)
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